domingo, 23 de outubro de 2011

Reboque para Triciclo - Gambiarra do Leitor

Hoje é um dia especial, é a primeira vez em que o blog Esses Homens Criativos e suas Gambiarras Maravilhosas recebe uma gambiarra enviada por um leitor. É isso mesmo, o Robertinho visitou o blog , gostou e quis mostrar sua criação, ele mandou as fotos e explicou o que aconteceu, eu tive liberdade pra fazer o texto à minha maneira; então vamos a ela.




Aqui está o triciclo estilosão dele, com baú, acessórios, adereços e... oh wait. Tem uma coisa a mais:




Todo mundo já viu um triciclo nas ruas, mas alguém já parou pra pensar como como se reboca um desses em caso de pane? Pois é, o Robertinho pensou, e pra isso ele fez essa adaptação. A peça que vocês vêem é um quadro elástico da Honda, que teve partes desnecessárias serradas, esse quadro encaixa perfeitamente no garfo do triciclo e nele vai, quando necessário, encaixado um braço com a luva de engate do reboque.




Na hora de usar fica assim:




O braço é constituído de uma luva apropriada para reboques, um cano comum, e um encaixe com olhal. Tudo unido com solda elétrica e pintado com verniz sintético.
Eis o olhal de conexão:




E ele vai aqui:




Quando não está em uso, o braço fica preso ao quadro:




E o suporte é fixado ao garfo pelo mesmo eixo da roda:




E como uma mão lava a outra, o triciclo do Robertinho também pode rebocar os amigos quando eles precisam:




Galera, o leitor Robertinho fez uma gambiarra bem legal, prática e muito útil, ele fotografou e mandou pra cá, você também pode mandar a sua que ela será publicada.



É isso aí, espero que você goste e fique à vontade para deixar comentários e opiniões. E não se esqueça de dizer seu nome, para eu poder conhecer melhor os visitantes.

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quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Vedando um Tanque de Combustível


Esse foi recente, um serviço constituído por 10% de gambiarra e 90% de muito trabalho, mas que vale a pena colocar aqui no blog.

Meu carrinho velho ficou uns dois anos parado e exposto às chuvas, com isso entrou água no porta-malas e empossou no fundo, onde fica o tanque de combustível. Com isso o tanque, que é de chapa de aço, enferrujou, criando pequenos buracos por onde álcool (fala sério, você conhece alguém que fala etanol?) minava sempre que eu saia e, além do desperdício, dava um cheio forte e incômodo.



Minha primeira idéia foi aplicar uma camada de fibra de vidro sobre o tanque, com a idéia de tapar os buracos e dar uma proteção extra para a chapa que era castigada por tudo que eu carregasse no porta-malas.



Feito isso, em pouco tempo a escolha mostrou que não foi a melhor. Meu carro é da década de 1980, seu motor era originalmente projetado para funcionar com gasolina e posteriormente foi modificado pela própria Ford para trabalhar com álcool. Porém, ele nunca teve um desempenho pleno com o novo combustível, então a manha para andar macio e sem problemas é colocar sempre 20% de gasolina no tanque. O problema é que os solventes adicionados à gasolina detonaram a resina que compõe a fibra de vidro, e com isso pequenos vazamentos voltaram a ocorrer. Mas ao contrário de antes, agora os buracos já não estavam tão fáceis de achar, pois o liquido vazava pela trama onde a resina foi removida.
Gambiarra número um: descobrir onde estão os furos. Para isso peguei um pedaço daqueles papéis de fazer embrulho em quitanda, abri sobre o tanque e dei umas chacoalhadas no carro. Eis onde estavam os problemas.



O que fazer? O que usar? Lembrei de um pedaço de manta asfáltica usada para impermeabilizar calhas que estava jogado em algum lugar. Peguei um pedaço e, agora já mais esperto, testei antes de usar.
O teste foi simples, separei três pequenos pedaços e coloquei em três amostras distintas de combustível, a número um com álcool puro (do posto), a segunda com a mistura que eu uso, 80% álcool e 20% gasolina, e a segunda com gasolina comum pura.



Quarenta e oito horas de imersão depois e os resultados:



Como o que realmente interessava era a amostra 2, guardei uma quantidade pura da mistura 80/20 (à esquerda) para efeito de controle.



Como podemos ver, a alteração no combustível foi bem pequena, se considerarmos que foi uma imersão e o tempo decorrido.
Visualmente fica clara a ação dos combustíveis sobre a manta em suas três combinações, então retirei as amostras para ter uma idéia melhor.



Tanto com álcool puro quanto com a mistura 80/20 não houve qualquer alteração física significativa, entretanto a gasolina pura transformou a manta em pasta, o que quer dizer que para um carro que funciona apenas com gasolina a manta é inviável.
Respondida a questão “posso ou não usar a manta”, comecei os trabalhos. Primeiro passo, esvaziar o tanque. Isso não tem mistério, qualquer um sabe fazer.



Tanque vazio, soltei as mangueiras de alimentação do motor e de retorno, assim como o fio da bóia. Note como o tanque estava sujo por baixo.



A bóia é um caso à parte, ela não marcava o nível de combustível, o que me obrigava a controlar o reabastecimento com a ajuda do hodômetro parcial, então aproveitei o embalo para consertá-la.



Num momento de manezisse eu esqueci de fotografar o processo, mas não tem mistério, a bóia propriamente dita está na ponta de uma haste, quando você pára no posto e coça a carteira, o nível de combustível sobe, a bóia sobe também e a haste na qual ela está presa se move, fazendo um contato elétrico se deslocar sobre um reostato. O reostato nada mais é que uma placa de fibra toda enrolada por um fio resistivo, esse fio tinha partido e uma solda de estanho resolveu tudo. Teria sido legal acrescentar isso bem explicado, mas vacilei feio esquecendo de registrar as imagens. Sigamos.
Oito parafusos retirados e o tanque saiu facilmente.



Claro que eu aproveitei para limpar o tanque por dentro e por fora, aí veio a maior surpresa de todo o trabalho. Você que lida com combustíveis acha que já viu sedimento grosseiro? Pois bem, 40µm é para os fracos, olha o que eu achei dentro do tanque do meu carro.



É isso aí, um pedaço de bocal do tanque. Para não haver dúvidas o da esquerda é o que está em uso atualmente, note que são iguais.
A única forma que eu consigo imaginar para isso ter parado lá dentro é que o antigo dono do carro foi abastecer e o frentista era o Chuck Noris, e ele fez um “pouquinho” a mais de força na hora de tampar o tanque. Mas deixemos esses detalhes de lado.
Aì você deve estar pensando: “Puxa, Ronaldo, você ficou muito tempo sem poder andar com o carro?” Que nada, gambiarra número dois, tanque auxiliar.



Visto o recipiente em forma de botijão à esquerda? É um reservatório de água do Corcel II, original Motorcraft, comprado por módicas 10 merrecas no desmanche. Ali cabem, se não me engano, um litro e meio, já tem um respiro e a saída na mesma bitola da mangueira que vai para o primeiro filtro, foi só soltar a mangueira que vinha do tanque e ligar a desse tanquinho. Como só uso o carro para trajetos curtos e ele é bem econômico, dava pra andar numa boa e reabastecer ao voltar para casa.
“Mas Ronaldo, não é perigoso colocar combustível no cofre do motor? O plástico não pode derreter com o calor?” Não, no cofre do motor temos mangueiras e filtros lotados de combustível, além do reservatório de partida a frio, que leva mais de um litro de gasolina pura. Quanto à temperatura, o recipiente resiste, pois já foi feito para ficar próximo ao motor.
Mas voltemos ao tanque. Depois de lavado por dentro e, principalmente, por fora, foi para os cavaletes.



Como medida de proteção contra pedriscos e umidade, apliquei três camadas de emborrachamento da 3M. Essa cobertura secou por dois dias.



Aí veio a parte principal, a cobertura superior. Como já disse, a manta é usada principalmente para impermeabilizar telhados e calhas, ela consiste de uma camada asfáltica com uma cobertura metalizada de um lado e um adesivo do outro; é vendida em lojas de ferragens e de materiais de construção. A que eu usei tem 20cm de largura e vem em rolos, que podem ser comprador inteiros ou fracionados ao gosto do freguês. O metro linear custou R$7,00.



Ao contrário do que possa parecer à primeira vista, ela é muito boa para trabalhar e sua aplicação facílima. A manta adere muito bem à maioria das superfícies limpas e a camada metalizada estica e corruga para se adaptar às irregularidades do local onde serão aplicadas. A aplicação não deu 10% do trabalho que eu esperava e o resultado ficou excelente. Virei fã do produto.
Hora de colocar tudo de volta, aí vieram mais alguns problemas. O tanque é preso ao fundo do porta malas por oito parafusos que passam a flange do tanque e se conectam a porcas prisioneiras fixadas à estrutura por grampos.




Acontece que três dessas porcas estavam faltando e seria mais fácil achar um saci de duas pernas que encontrar à venda porcas tão específicas para um carro com quase 30 anos, então tive que improvisar. “Mas Ronaldo, três porcas fazem tanta falta?” Claro, um tanque cheio pesa muito, imagina isso indo para cima e para baixo quando eu passar pela lombada. Além do mais, se o fabricante achou por bem usar oito parafusos, então vamos usar oito e não cinco.
O improviso foi o seguinte, peguei três arruelas e três porcas compatíveis com os parafusos.



Soldei (mal e porcamente), rebaixei onde precisava rebaixar e pintei para proteger onde a o tratamento de superfície foi removido.



Duas dessas novas porcas foram colocadas apenas na pressão, encaixando entre partes da chapa.



Apenas uma delas precisou se fixada com um rebite pop de 1/8.



Vale lembrar que a fixação era apenas para elas não saírem do lugar até que os parafusos as pegassem. Daria para colocar uma porca comum? Daria, mas alguém teria que ficar embaixo do carro segurando enquanto eu apertaria os parafusos lá de cima.
“Ronaldo, o que é aquela coisa cinza nas duas últimas fotos?” Aquilo é massa de calafetação, serve para vedar a fresta entre o tanque e o fundo do porta-malas, evitando que entre água. A caixa tem 24 filetes de 20cm cada e custa R$4,50



Trabalho finalizado e tanque de volta ao seu devido lugar.



Mais algumas coisas que eu aproveitei para fazer: Pintei o duto que vai do bocal até o tanque com esmalte sintético preto fosco; limpei e cobri com graxa de silicone o selo que fica entre os dois (ambos podem ser vistos na foto acima); pintei a tampa da bóia; troquei o fio que vai até o contado da bóia por um de capa dupla, coloquei um conector novo, apliquei mais graxa de silicone para evitar acúmulo de umidade; cobri o conector novo com espaguete termo retrátil; removi todo o óxido dos parafusos com banho ácido e apliquei um fosfatizante.
Bem, já tem mais de duas senas que o serviço ficou pronto e até agora nada de anormal aconteceu.

Hoje não tem filminho, mas tem uma foto especial para encerrar. Durante os dias em que eu arrumava o tanque, a gata de rua que resolveu morar na minha oficina teve cinco lindos filhotinhos.



Ohhhhwww!


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domingo, 14 de agosto de 2011

Fixação do Micro-ondas

Atualmente temos, na cozinha, uma estante que acomoda várias coisas, entre elas, o micro-ondas. Acontece que ela foi pintada com esmalte sintético e depois polida, isso deu a ela uma superfície bonita e bem acabada. No entanto, também ficou escorregadia, e isso gerou um problema, quando puxávamos a porta do micro-ondas ele vinha junto; quando a fechávamos, ele ia até encostar-se à parede. Hora da gambiarra!

Primeiramente peguei na minha sucatinha um pedaço da caixa de uma impressora HP, esse tipo de plástico é muito útil, e embora pouco resistente, é fácil de trabalhar.



Fiz, com lápis, as marcas de corte, demarcando o tamanho das peças de que eu precisava.



Depois cortei na minha serrinha circular portátil.



Vamos para a furadeira de bancada, foram feitos dois furos com uma broca chata de 3/4 própria para madeira, mas que dá conta de plástico sem perigo de ser danificada.




Olha a bagunça!



Peças feitas, só precisavam ser feitas duas dobras. Como o plástico é quebradiço, não resistiria a ser cobrado a frio, então foi amolecido cuidadosamente com o soprador térmico.



Ao contrário da hora em que fiz o furo, dessa vez eu não me esqueci de usar luva. Lembre-se, o EPI existe para ser usado.
Nesse ponto houve um acidente, uma das peças caiu no chão sorrateiramente e eu a pisei. Noventa quilos não é pouco, a peça foi pro espaço, então fiz duas outras, mas o processo foi o mesmo, só mudei as medidas.
Bem, serviço concluído e peças prontas para o uso.



É aqui que elas vão:



“Mas Ronaldo, como isso funciona?”
Simples, o pé do micro-ondas encaixa nesse furo, a dobra menos mantém a peça afastada na estante e a dobra maior prende por trás dela, assim mantém o micro-ondas sempre no lugar quando ele é puxado. Veja você mesmo:



“Ah, entendi. Mas e quando fecha a porta, como é que ele não vai para trás?”
Tem uma peça de isopor entre ele e a parede, funcionando como calço.

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Mini Serra Circular de Bancada


Assim como temos vários tamanhos de chaves de fenda, com as ferramentas elétricas deveria ser o mesmo. Pra que usar uma furadeira de 1/2 em uma madeira macia se você pode usar uma furadeira pequena e leve? Claro que não é o que acontece pelo custo e pelo espaço pra guardar tudo isso, mas... e se você mesmo fizer sua ferramenta pequena? Além de ter mais uma opção, há o que eu sempre considero a melhor parte, o prazer de fazer você mesmo.
Tenho uma serra circular de, mas às vezes é chato ter que tirar da caixa pra cortar coisas pequenas que não ficariam bem acabadas no arco de serra. Saída? Serrinha circular pequena:
Tudo começa com um motor de máquina de costura doméstica Elgin, comprado numa sucata por, se não me engano, R$3,00.



Desmontei, limpei, lubrifiquei, lixei as partes oxidadas e apliquei um anti-óxido que age só onde precisa, formando uma película estável. Por cima disso tudo dei um verniz amarelo que não cobriu a tinta anterior, deixando a vista as marcas de descascado e os escritos originais de fábrica. As escovas estavam quase novas.



Pra prender a serra no eixo era necessário fazer uma peça própria, quem não tem torno, se vira com a imaginação, pra minha sorte o eixo do motor tem 6mm de diâmetro, então peguei uma peça de resina, cortei duas fatias, furei com a mesma medida, inseri estas peças no eixo do motor, liguei e fui usinando. Usei pra essa função um bit de corte preso num alicate de pressão.




Até que ficou bom.



Aí começou a parte fácil, criei um quadro com a madeira que sobrou de uma cama velha, fechando com cola e pregos; nele instalei um apoio para o motor, que é aparafusado pra um caso eventual de ajuste ou manutenção.



Aqui a mesma coisa de outro ângulo e já com o disco de serra no lugar:



A instalação elétrica é assim: o rabicho é da minha furadeira Bosh, e sobrou quando foi trocado por seis metros de cabo PP. Todas as conexões foram feitas com pontes de terminais. A chave Liga/Desliga é genérica e aciona a corrente quando é puxada para fora do gabinete, assim não há perigo de ligar acidentalmente, o máximo que pode ocorrer com um esbarrão é desligar tudo. A luz piloto é uma lampadinha baioneta 110V montada em um suporte de lanterna de carro; ela fica acesa direto, alertando que a serra está conectada à tomada, assim o usuário fica esperto. O acabamento dos furos foi feito com ilhoses.



Por fim instalei um tampo de Eucatex, fino o bastante pra não “roubar” espaço da serra, mas resistente o suficiente pra apoiar as peças que serão cortadas. Este foi fixado com quatro parafusos pra madeira, instalados nas quatro vértices. O furo foi escareado com uma broca maior pra cabeça do parafuso ficar oculta e não atrapalhar.



O resultado final foi esse:



E como sempre, tem filminho. Não ta grande coisa porque eu estava segurando a câmera, serrando e me borrando de medo da lâmina pegar meu dedo:





ACRÉSCIMO AO TÓPICO EM 18/09/2011

O leitor Paulo deixou o seguinte pedido:

"Camarada vc é um verdadeiro professor pardal!Adorei seu projeto;gostaria de ver uma foto de frente mostrando o motorzinho fixado se possivel,pois gostaria de te copiar!Um abraço e parabéms."


Paulo, aqui estão as fotos que você pediu:




Como você pode ver, o motor foi fixado na madeira que 
serve de base para ele além de dar rigidez estrutural à caixa. A ligação de um com o outro foi feita usando o suporte original que o motor tinha quando estava em funcionamento com uma máquina de costura. Este suporte teve que ser cortado para não atrapalhar. As porcas que você vê são do tipo auto-travante, para evitar folgas resultantes da trepidação, já os parafusos são do tipo auto-atarraxante, ou rosca soberba.

Sobre copiar a serra, fique à vontade, o tópico está aqui pra isso mesmo, compartilhar as idéias e ajudar quem quer fazer igual.
Sobre esses motores, fique atento: eu comprei o meu usado, eles são fáceis de achar em qualquer boa sucata, mas se você não tiver facilidade de acesso a esses verdadeiros parques de diversão do gambiarreiro e precisar comprar um novo, o preço varia muito. Um dia, acompanhando a dona patroa em lojas de material para confecção, vi o mesmo motor variar entre R$30,00 e R$100,00. Isso na mesma rua, um absurdo. Então cuidado na hora das compras.
E quando terminar se fazer sua serra, não deixe de mandar as fotos aqui pro Blog e compartilhar com nossos leitores a sua criação. Precisando tirar qualquer outra dúvida é só voltar e perguntas o quanto precisar
Um abraço.