domingo, 24 de julho de 2011

Dobradeira de Chapas

Uma das dificuldades que eu tinha ao fazer uma gambiarra era: como acondicionar isso com boa apresentação? Hoje em dia se acha sucata de aparelhos que nos fornecem bom material, mas nem sempre temos tempo ou sorte de achar o que é necessário. Como agora tenho uma solda de ponto, me faltava outra ferramenta pra poder fazer minhas caixinhas, uma dobradeira de chapa.
Um modelo desses é caro e grande, então usei o mesmo princípio pra fazer um modelo do tipo Fácil-Barato-Faz-Com-o-Que-Tem-Em-Casa-e-ainda-Funciona. Vamos lá:
Comecei com três pedaços de metalon 5 x 3, cada um deles com 67cm de comprimento.


Dois deles foram presos por grampos C, de modo a ficarem bem alinhados e evitar que a chapa a ser dobrada ganhasse um dente no lugar de um vinco. Depois de alinhados e presos ganharam quatro furos de ½ polegada onde passarão parafusos de ½ x 3 que segurarão a chapa a ser trabalhada. Primeiro furei com ¼ e depois fui aumentando a broca pra melhorar o acabamento e evitar fadiga do material e da furadeira.


As rebarbas do furo têm que ser aparadas, nada pode impedir que as duas peças de encostem o máximo possível.


Se tudo estiver certo, ao passar o parafuso pelos dois metalons e apartar bem ele será capaz de prender até uma folha de papel:


Ok, agora temos as duas peças que, quando aparafusadas, segurarão a chapa que vamos dobrar; agora vem a fixação da peça móvel, a dobradora em si. Pra isso usei dois pedaços de cantoneira com 22mm de lado e 3mm de espessura. Essas peças sofrem pressão, então não podem ser finas. Três furos mais um corte e elas ficaram desse modo:


Na peça móvel soldei um eixo de cada lado, eles servirão de pivô nas cantoneiras que acabei de mostrar.


A foto abaixo mostra melhor:


As cantoneiras serão fixadas na parte de baixo daquela dupla lá do início, e como a parede do metalon é espessa o suficiente fiz os furos com broca e abri rosca com machos de ¼, medida dos parafusos que usei em toda a ferramenta:



A peça móvel será manipulada por uma alavanca de 45cm feita com metalon de 3 x 2. Pra fixar uma à outra eu soldei uma cantoneira que receberá quatro parafusos. Essa pode ser mais fina:


E aqui podemos ver todas as peças prontas, apenas aguardando para serem pintadas e montadas:


O bom mesmo seria ter essa ferramenta fixada em um lugar próprio, mas como me falta espaço, tive que fazer uma fixação provisória na bancada. Pra isso fiz dois furos no tampo da bancada, com a mesma medida dos furos das cantoneiras. Por baixo do tampo passei estas peças que são usadas na movelaria, mas não sei como se chamam. Por cima coloquei os parafusos e fui apertando até que essas porcas diferentes cravassem por baixo da madeira. Agora por cima só se vê um buraco na madeira, por baixo tem uma fixação forte e eficiente.


Quando vou usar a dobradeiras prendo à bancada, quando termino tiro dois parafusos com a chave 11 e pronto, tenho meu espaço de volta. Em breve farei um espaçador decente, mas pra testar usei dois pequenos pedaços de madeira mesmo, ele evita que as cabeças dos parafusos de ½ toquem na bancada:


Como houve solda, enchi os metalons com óleo pra evitar ferrugem, e o acabamento foi feito com tampões próprios, comprados por R$0,45 em qualquer boa loja de ferragens.


Aqui, finalmente, ela montada.
Aberta:


E fechada:


O primeiro teste foi num retalho de chapa, apenas pra ver se estava tudo nos conformes:


Ficou tão bom que o teste acabou virado uma capa pra proteger a campainha da chuva:


Dessa vez ao invés de filme, fiz um GIF animado com ela abrindo e fechando (clique na imagem para ver).
Bem, é isso, espero que gostem e seja útil pra alguém.




Os custos:

Metalon..........................................R$1,50 o quilo na sucata
Parafusos de 1/4..........................Menos de 1 real
Parafusos de 1/2 polegada........R$1,50 cada
Borboletas....................................R$0,45 cada
Acabamentos grandes...............R$0,45 cada
Acabamento pequeno................R$0,30

Miudezas como tinta, solda, essas coisas nem precisa calcular.

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Base Giratória para Pintura


De um forno de micro-ondas muita coisa se aproveita, e disso ainda vou falar muito aqui no blog. Mas um dos itens mais prosaico a se resgatar talvez seja a base do prato. Aquele anel de plástico com três roletes. E é justamente em cima (literalmente) dele que será feita a gambiarra de hoje. Vamos lá:
Quem pinta pequenos itens sabe que é mais cômodo distribuir a tinta por todos os lados sem ter que ficar rodando em torno do objeto, mais prático é que ele rode enquanto manuseamos a pistola de pintura, e pra isso uma base giratória se faz necessária.
Como fazer: primeiro pequei um pedaço de chapa, dessas que se usa para fazer calhas de captação de chuva, e cortei duas tiras um pouco maiores que o diâmetro do anel.



As tiras receberam acabamento e foram furadas no centro e nas duas extremidades, para a passagem dos parafusos, depois foram presa no anel desta forma:



Depois veio a parte da madeira. Peguei um compensado de 10mm de espessura, limpei, cortei em duas placas de aproximadamente 40X40, lixei e de uma camada de seladora.



Ficou assim



Aí vem a montagem, tudo será travado com este parafuso próprio para madeira, com 40mm de cumprimento:



Fiz um furo passante nas duas chapas, exatamente no centro. Na chapa de cima o furo foi aumentado para que a gola (parte sem rosca) do parafuso corresse livre, mas sem folga. E ainda foi feito um escareado para acomodar a cabeça do mesmo. No cruzamento das chapas metálicas o furo foi do mesmo diâmetro, e na chama inferior o furo foi pequeno, para que o parafuso entrasse justo, travando o conjunto. Ficou desse jeito:



E aqui já em uso:



É, o gordo da foto sou eu.
E pra não dizer que essa foi pouco gambiarrada, os pés da base foram feitos com tampas de refrigerante:



Boas, eficientes e baratas.

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Fone de Ouvidos à prova de Ruídos


Hoje uma gambiarra simples, mas muito útil. Aqui em casa temos um pequeno problema. Na verdade três: um vizinho banana que trata o filho de oito anos como se fossem colegas da mesma idade; a vizinha histérica que grita com o marido e o filho o dia todo; e finalmente o filho, que estando aos cuidados dessa dupla, chora a cada 5 minutos e faz escândalo até conseguir o que quer.
Bem pertinho desta maravilha estou eu, que, mesmo usando o fone de ouvidos, quando estou ao computador, muitas vezes não consigo ouvir minha musiquinha em paz.
O fone até então usado era um Aiwa, daqueles que invadiram o Brasil entre o boom das importações e o domínio dos chineses. Fone muito bom, mas pequeno e que não impedia em nada a entrada de ruídos externos. Fui ao comércio ver o preço de um daqueles grandões, da Philips e desanimei, está acima dos oitenta reais. Como minha ideia era usar só mesmo em casa, parti para a gambi.
Os doadores foram estes três fones: o de baixo é uma bosta da Coby, tem um som horrível, mas o fio é longo e tem controle de volume, só estes dois itens foram aproveitados. O da esquerda prestou anos de bons serviços, mas agora estava com uma cápsula queimada, ele doou um pedaço de fio que depois eu explico onde foi usado. Finalmente o da direita era o que estava em uso, me doeu o coração tirar as cápsulas, mas o som delas é tão bom que não tinha outra que substituísse. Esse é o que estava em uso.



E o que melhor para deixar de fora os sons indesejáveis que um bom EPI? Ok, não é booom, mas quebra o galho, é leve e foi baratinho: abafador de ruídos Agena 18Db.



A construção em si foi tão simples que nem tem muito do que falar, soltei as cápsulas, o fio, fiz um furo no casco do abafador, passei o fio e soldei lá dentro. Nessa etapa me deparei com um problema, o controle de volume estava ferrado, só passava um canal e dava mau contato no outro, então eliminei este conforto.O próprio acabamento do fio que ficava no controle encaixou no furo do fone e deu boa aparência:



Para evitar dois cabos balançando sob o queixo, liguei aquele pedaço de fio, de que falei lá atrás, na primeira cápsula, passei por dentro do acabamento do arco até o outro fone e alimentei a segunda cápsula:



Por dentro do abafador há uma espuma, como a cápsula tem pouquíssimo peso, foi fixada a ela com fita dupla face, assim fica fácil retirar, se for necessário:



O acabamento para esconder isso eu ainda não coloquei, mas prometo que vai rolar e mostrarei aqui em breve. E o resultado ficou esse:



As cápsulas da Aiwa me dão um som excelente e a acústica lá dentro é ótima. Nenhum ruído externo me atrapalha e o fone é. Pra não dizer que tudo é um mar de rosas, existe um problema. Minha esposa tem que vir aqui falar comigo, porque mesmo gritando eu não a escuto.


Custos:
Abafador de Ruídos Agena Mod ATR CA 269...........R$10,00
Fone nº 1..........................................................................R$ 0,00
Fone nº 2..........................................................................R$ 0,00
Fone nº 3..........................................................................R$ 0,00


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