Segurança é fundamental, disso ninguém duvida, seja operando um torno grosseiro ou simplesmente dando acabamento em uma peça de artesanato. Nunca é demais se proteger, e os olhos são sempre as áreas mais críticas, tanto por estarem mais expostos quanto pela dificuldade de recuperação de lesões. Óculos de segurança são indispensáveis, mas se você, assim como eu, já está tendo problemas de DNA (data de nascimento antiga) e precisa usar óculos de grau, esbarra num problema. Fazer óculos de proteção com grau é caro, e dependendo do seu grau, passa a ser muito caro, ainda mais que para muita gente as lentes têm que ser trocadas a cada ano, pois o grau muda. Os óculos que eu uso são multifocais e foram pagos em várias prestações, eu os protejo como um templário protegeria o Santo Graal, sem chances de ainda mandar fazer mais um par.
A solução então é usar óculos de proteção por cima dos de grau, desses que você encontra em qualquer loja de ferramentas, que tem CA e ainda custa baratinho, já que é um item de sacrifício (quebrou, arranhou, bateu alguma coisa? Joga fora).
Mas veja o que aconteceu quando tentei fazer isso:
Isso mesmo, meus óculos de grau são mais largos que os de proteção. O que fazer, comprar outro modelo? Era viável, mas aí não renderia uma gambiarra pra postar aqui, então vamos dar nosso jeito.
Primeiro é necessário desmontar os óculos, isso é mais fácil que falar mal da política, basta desencaixar esse pininho na parte central que alente solta na sua mão.
E fica assim:
Pay attention ao bizú, cubra as lentes com fita crepe para que elas não arranhem:
De um lado e do outro, assim você pode manusear a lente com mais tranquilidade.
O próximo passo é marcar a área a ser cortada. "Mas Ronaldo, quanto eu tenho que cortar?", você me pergunta. Depende! "Do que?" Do modelo dos seus óculos. Cada armação tem um tamanho e formato, você precisa colocar seus óculos junto aos de segurança e ver onde e quanto terá que ser cortado, aí cada caso será um caso.
Mas vamos ao meu exemplo, eu fiz a marcação com a sempre útil caneta para CDs, depois com o auxílio da minha Mini Serra Circular de Bancada (clique no link para conhecer) fiz dois cortes nas áreas demarcadas.
Removi os excessos e dei acabamento com uma lima fina.
Pronto, colocada a lente de volta à armação, ficou assim:
E os óculos de grau encaixaram perfeitamente, ficando na distância ideal das lentes plásticas.
Caso você esteja se perguntando se a abertura não é um risco de entrada de corpos estranhos e que a proteção dos óculos tenha sido perdida, a resposta é não. Veja mais de perto, as hastes dos óculos de grau tampam bem a abertura tanto quanto dos lados, afinal esse modelo de óculos não é hermético.
Bem, espero que tenham gostado, voltei a postar, como havia prometido, mas ainda é uma coisinha simples, como eu já tinha dito. Com o tempo começarei a fazer coisas mais elaboradas.
Agradeço e deixo um abraço à todos aqueles que não desistiram e continuam visitando o Blog, e também aos novos visitantes, fica sempre de pé o convite para que voltem sempre, e deixar comentário, perguntas, ou simplesmente um alô. Até a próxima.
That's
it, hope you enjoy and feel free to leave comments and opinions. And do
not forget to say your name, so I can better understand visitors.
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Óculos de Segurança mais Óculos de Grau
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Muito tempo sem postar
Na verdade, sem postar e sem responder às perguntas dos velhos e novos amigos visitantes. Que vergonha!
Mas acreditem, não foi por querer, é que muita coisa aconteceu ao mesmo tempo e acabei sem tempo para me dedicar ao Blog, e como não consigo fazer as coisas mal feitas, nem pela metade, acabei deixando para depois, sempre esperando um dia de folga, dia esse que nuca chegava.
Mas chegou, agora com a chegada do final do ano as coisas ficaram um pouco mais tranquilas e deu pra (re)aparecer, já respondi a algumas perguntas e vou colocando tudo em dia aos poucos. Já tenho coisas novas para postar, são meio simples, mas feitas de coração.
Então vamos lá, Esses Homens Criativos e Suas Gambiarras Maravilhosas está de volta à ativa!
Mas acreditem, não foi por querer, é que muita coisa aconteceu ao mesmo tempo e acabei sem tempo para me dedicar ao Blog, e como não consigo fazer as coisas mal feitas, nem pela metade, acabei deixando para depois, sempre esperando um dia de folga, dia esse que nuca chegava.
Mas chegou, agora com a chegada do final do ano as coisas ficaram um pouco mais tranquilas e deu pra (re)aparecer, já respondi a algumas perguntas e vou colocando tudo em dia aos poucos. Já tenho coisas novas para postar, são meio simples, mas feitas de coração.
Então vamos lá, Esses Homens Criativos e Suas Gambiarras Maravilhosas está de volta à ativa!
domingo, 20 de maio de 2012
Apertando as Porcas da Roda com Segurança
Pode até parecer que uma coisa não tem a ver com a outra,
mas morar perto da Embraer tem me ajudado muito com as gambiarras. Como? Tenho
conhecido gente ligada à aviação (engenheiros, mecânicos e montadores), que têm
me ensinado coisas muito interessantes, principalmente na área de segurança.
Como vocês devem imaginar, na aviação,
segurança é prioridade.
Um das coisas que aprendi é o perigo do sobre torque. Sobre
torque é quando você aperta um parafuso ou porca além do necessário, e muitas
vezes, além do que ele suporta. E na construção de uma aeronave (outra coisa
que aprendi, falar aeronave e não avião) cada parafuso tem seu torque ideal de
aperto determinado pelos engenheiros, de acordo o uso e os materiais de que é
feito e em que será aplicado. Essa informação vai para o manual de manutenção
da aeronave e, acreditem, o (bom) mecânico não aperta um parafuso sem ler o
manual antes, literalmente! Pode parecer muito, mas são esses cuidados
aparentemente exagerados que fazem da aviação o meio de transporte mais seguro
existente.
Já com esse conceito no sangue, fiquei atento a não apertar
muito os parafusos que vi pela vida, até o dia em que meu pneu furou e eu tive
que retirar a roda do carro. Bem, eu peso mais de 90kg e precisei não só subir,
mas pular sobre a chave de rodas para que as porcas soltassem. Salta aos olhos
que isso está exagerado, e como meu carro é um Del Rey, assim como Corcel e
Pampa, tem a roda presa por apenas três parafusos, quer dizer, se um quebrar, vai
fazer muita falta.
Qual a solução mais óbvia? Claro, comprar um soquete 19 e um
torquímetro bem modesto. Modesto quer dizer barato? Claro, afinal estamos
trocando uma roda, e não construindo um foguete. Mas antes, vamos dar uma
olhada no manual do veículo... hum, “Substituição das Rodas”... página 47...
Epa! O manual não informa o torque ideal. Vacilo da Ford, viu?
Vamos ao Plano B: as rodas do Del Rey são presas com porcas que
atarraxam aos parafusos que ficam presos no tambor de freio (por isso são chamados
de prisioneiros).
O primeiro passo foi soltar as porcas apertadas
excessivamente e limpá-las com solvente para remover graxa e toda a sujeira que
ela retém. O que eu pretendia era apertar as porcas apenas com a força dos
braços, tendo assim certeza de que não haveria exagero. Mas aí bate exatamente
a mesma dúvida que você acabou de ter: será que está suficientemente apertado?
As porcas não vão se soltar enquanto eu dirijo? Há essa possibilidade sim,
por isso, voltando àquele papo de aviação, lancei mão de um artifício muito
usado em aeronaves, o freno. Freno nada mais é que um modo de evitar que porcas
ou parafusos afrouxem por causa da vibração, e o mais comum deles é o freno com
arame.
Como funciona? Simples demais, as cabeças dos parafusos têm
furos passantes, geralmente em todas as seis faces, e o freno é feito da cabeça de
um parafuso para a do outro, um arame torcido passa por dentro da cabeça,
contorna-a no seu sentido de aperto e depois faz a mesma coisa na outra, ainda
no sentido de aperto. Para que? Se um dos parafusos tentar desapertar, puxará o
arame, fazendo com que o outro parafuso aperte ainda mais. Como isso não é possível,
eles simplesmente não desapertarão. A explicação ficou complexa? Olhem a foto
aí embaixo, ela mostra que a coisa é bem simples.
Entenderem o conceito? Se um parafuso tentar girar no
sentido de desaperto, vai girar o outro no sentido de aperto, como um
cabo de guerra, cada um puxando o outro na direção oposta sem que ninguém saia
de onde está.
Bem, explicado o conceito, vamos à mão na massa. Porcas soltas
e limpas de poeira e graxa, foram todas passadas pela escova de aço para
remover qualquer tinta velha ou outras incrustações, depois cada uma foi
vistoriada com uma boa lente de aumento em busca de sinais de dano. Estavam todas
em bom estado, portanto aptas a voltar ao serviço. Aqui cabe uma explicação, esse serviço foi
feito como experiência, em uma única roda, no sábado, quando fiz as fotos, e
depois feito pra valer em todas as rodas no domingo, por isso as porcas que
você verá ainda estavam sujas.
Para que o arame tivesse onde passar, prendi cada porca à
morsa e fiz uma marca com a punção, para a broca não correr.
Depois a coloquei
na furadeira de bancada e fiz um furo passante com uma broca de aço rápido da
Irwin medindo 1/16 de polegada. Ao contrário do que eu supunha, o aço da porca
é bastante macio, não forçando em nada a progressão da broca, mesmo assim usei
fluido de corte porque o seguro morreu de velho.
Já no lugar, ficou assim:
Agora foi só fazer o freno propriamente dito, que no meu
caso foi entre três pontos:
Aqui detalhes de como o arame passa pelas porcas intermediária e final:
As marcas vermelhas? Aprendi também como o povo da viação,
chamam-se linhas de fé e servem para mostrar se houve deslocamento da porca
em relação à roda, caso uma delas fique desalinhada da outra.
E depois da calota colocada, ninguém diz que tem coisa
diferente ali.
A instalação do arame não tem muito segredo, mas precisa de
uma ferramenta especial chamada alicate de freno, que eu comprei a preço de
banana por ser sucata da (adivinha!) Embraer. Eu não fiz um vídeo, mas achei
este aqui na internet e com a licença do autor, vou colocar aqui pros leitores
verem como a coisa se desenrola... ou nesse caso, enrola.
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domingo, 22 de abril de 2012
Lanternas com LEDs de Alto Brilho
Benditos sejam os chineses que inundaram o mercado com LEDs
brancos de alto brilho a um preço justo.
Recentemente descobri uma loja de componentes eletrônicos na
cidade que vende dessas ótimas pecinhas por R$0,65 cada um. Comprei dois azuis,
dois vermelhos e 15 brancos. Pra começar a brincadeira substitui a lâmpada de
uma lanterna em alumínio de duas pilhas AA.
Esta é lanterna:
A Lâmpada original:
Numa comparação entre a lâmpada original e o LED podemos ver
que tanto o tamanho quanto a posição e espessura dos terminais é quase a mesma,
precisando apenas uma simples aparada:
Com o LED já no lugar:
Aqui já aceso. Este modelo de LED tem luz direcional, mas
quando recoloquei a parte frontal da lanterna com o refletor ela foi ainda mais
concentrada para a frente:
Certo, a coisa tava tão boa que eu resolvi fazer melhor,
afinal só isso tava muito fraco pra ser gambiarra. Peguei uma lanterna antiga,
modelo “cotovelo”, que é uma réplica das estadunidenses usadas na Guerra
do Vietnã.
Ela usa duas pilhas grandes e uma lâmpada GE para 2,4V; é à
prova d’água, tem alça para prender ao cinto, lente de escurecimento e uma
lâmpada reserva. É uma ótima lanterna, só que poderia ficar melhor:
Comecei pegando a lâmpada (boa) que estava em uso e
quebrando o bulbo. Nesses momentos que eu mostro pra patroa que guardar lâmpada
queimada não é tão absurdo quanto ela acha:
Retirei a solda do fundo, que geralmente encontra no + da
pilha, passei uma broquinha de 1,5mm através dela e coloquei três LEDs com os
terminais negativos dobrados para soldar na carcaça da lâmpada, os demais
juntos saindo lá por baixo:
Aqui em close pra ver melhor como ficou:
Resultado final. Agora a lanterna tem três LEDs de alto
brilho, a luz é branca, vai mais longe e a duração das pilhas vai subir feito
pressão de velho em clube de streep tease. A lâmpada reserva continua nu lugar,
é ainda é uma incandescente. Vou deixar lá até achar uma lâmpada queimada e
fazer uma nova gambi-LED:
E uma amostra de como a luz ficou boa:
É isso aí, espero que você goste e fique à vontade para deixar comentários e opiniões. E não se esqueça de dizer seu nome, para eu poder conhecer melhor os visitantes.
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Luminária para Furadeira de Bancada
Um dia o
trabalho se estendeu até tarde e tive que usar a furadeira de coluna durante a
noite. Nisso descobri que a luz em cima da bancada faz sombra exatamente onde
vai a broca. Tava decidido, ela precisava de uma luz própria.
Comecei vendo
o que se adequava, usei pra corpo da luminária um tubo de Axé desses pequenos:
Com a mini
retífica e um disco abrasivo fiz quatro cortes:
E retirei um
pedaço do tubo para que ele ficasse assim:
Claro que o cano
plástico deve ser guardado para um uso futuro. Gastei uns dois discos
pra essa brincadeira.
Depois fiz um
furo na parte de cima, onde encaixava o birro, ali foi inserido um soquete de
lâmpada retirado de um micro-ondas, o mesmo que cedeu a trafo para a solda
ponto:
Uma
braçadeira plástica passou pelos furos que já existiam no soquete e por mais
dois que eu fiz na lata de alumínio, deixando tudo bem firme. Aqui se pode ver
melhor:
No lado
oposto fiz outro furo para instalar um interruptor que acionaria a lâmpada. O
interruptor foi retirado de um velho fogão Continental:
Já colocado
ficou assim:
O resultado
final é esse, onde podemos ver que eu estava com preguiça de cortar um pedaço
decente de inox pra usar como refletor e tasquei papel alumínio mesmo:
A ligação
elétrica foi feita na entrada da chave, que é bipolar, assim posso ligar a
lâmpada sem ter que ligar o motor. Usei fios que guardei de uma velha fonte de
PC, e todos os contatos e soldas foram isolados com espaguete termo retrátil. O
corpo da luminária também foi fixado com uma simples braçadeira plástica preta.
Aqui ela já
instalada e apagada:
E aqui
funcionando:
Geralmente no final da postagem eu falo dos custos, mas nesse caso nem tem como, tudo que foi usado eu já tinha nas caixas de sucata, então o custo, pode-se dizer, foi zero.
Quem quiser iluminar outra coisa pode adaptar esta ideia de baixo custo e fácil de fazer. Como sempre estarei aqui pra tirar qualquer dúvida
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domingo, 12 de fevereiro de 2012
Luminária com Tripé
Não tem coisa mais chata num trabalho do que ter que parar quando você está no embalo. Isso acontece muito comigo por culpa da noite que chega, como minha oficina é pequena, muitas coisas precisam ser feitas no quintal, mas lá a iluminação é fraca. Pra contornar esse problema tomei vergonha na cara e fiz uma coisa que já tinha que estar pronta há tempos. Uma luminária forte e móvel. O material estava guardado esperando.
Primeiro as luminárias em si. São duas cúpulas de alumínio dessas de jardim, compradas num ferro-velho pelo valor padrão deste tipo de estabelecimento, ou seja, dérreal. Como se pode ver na imagem, elas estavam bem judiadas:
Primeiro passo, limpar e desamassar. Felizmente o alumínio não havia sido perfurado, estava apenas amassado sujo e oxidado, nada em que não se possa dar um jeito.
Os acessórios foram desmontados e limpos, em parte com banho ácido, em parte com a escova de aço do esmeril. Casa material com seu uso mais adequado.
Algumas coisas foram guardadas para outros usos já que a luminária agora seria usada de forma diferente. Já algumas partes foram descartadas pelo péssimo estado em que estavam, como é o caso dos soquetes E27, que foram substituídos por novos:
As cúpulas, depois de lixadas levaram uma camada de fundo universal Duxone da Dupont e logo depois receberam duas camadas esmalte sintético de tinta amarelo Caterpillar da marca Koris:
Seguindo a dica de um amigo, batizei a tinta com catalisador próprio para tinta esmalte, isso faz com que ela seque mais rápido e fique com acabamento melhor.
Por dentro apliquei tinta cromo spray (Chemicolor), que nada mais é que a boa e velha tinta alumínio. Isso visa melhorar o direcionamento da luz.
Parafusos, porcas e arruelas foram pintados com tinta spray prata. Para fazer isso melhor eu uso o seguinte macete: prendo tudo com uma linha de costura, como uma daquelas fiadas de caranguejos que se vende em beira de estrada. Depois é só pendurar e mandar tinta:
Tudo pronto, foi só colocar as lâmpadas, a fiação e prender as duas luminárias em uma cantoneira. Esse conjunto foi montado em um tripé do tipo que músicos usam para apoiar partituras. Esse tripé eu ganhei, pedindo na cara dura, em uma casa em que entrei à trabalho.
A mesma coisa vista por trás:
A forquilha que apóia a cúpula permite ajustá-la nos dois eixos:
A articulação do tripé foi mantida, assim posso usar as cúpulas dispostas na horizontal ou na vertical, dependendo de onde se precise direcionar a luz.
Uma chave liga/desliga foi instalada temporariamente na cantoneira e aciona as duas lâmpadas ao mesmo tempo. As pontas dos fios estão ligadas à garras jacaré porque o rabicho definitivo ainda não foi comprado. Pra essa gambiarra eu quero usar fio PP, mas ao contrário do que eu pensei, não tenho mais dele em casa, então na segunda-feira comprarei alguns metros e finalizarei o trabalho.
Por fim, uma visão geral do serviço deste domingo:
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