domingo, 12 de fevereiro de 2012

Luminária com Tripé

Não tem coisa mais chata num trabalho do que ter que parar quando você está no embalo. Isso acontece muito comigo por culpa da noite que chega, como minha oficina é pequena, muitas coisas precisam ser feitas no quintal, mas lá a iluminação é fraca. Pra contornar esse problema tomei vergonha na cara e fiz uma coisa que já tinha que estar pronta há tempos. Uma luminária forte e móvel. O material estava guardado esperando.

Primeiro as luminárias em si. São duas cúpulas de alumínio dessas de jardim, compradas num ferro-velho pelo valor padrão deste tipo de estabelecimento, ou seja, dérreal. Como se pode ver na imagem, elas estavam bem judiadas:

  

Primeiro passo, limpar e desamassar. Felizmente o alumínio não havia sido perfurado, estava apenas amassado sujo e oxidado, nada em que não se possa dar um jeito.



Os acessórios foram desmontados e limpos, em parte com banho ácido, em parte com a escova de aço do esmeril. Casa material com seu uso mais adequado.



Algumas coisas foram guardadas para outros usos já que a luminária agora seria usada de forma diferente. Já algumas partes foram descartadas pelo péssimo estado em que estavam, como é o caso dos soquetes E27, que foram substituídos por novos:



As cúpulas, depois de lixadas levaram uma camada de fundo universal Duxone da Dupont e logo depois receberam duas camadas esmalte sintético de tinta amarelo Caterpillar da marca Koris:



Seguindo a dica de um amigo, batizei a tinta com catalisador próprio para tinta esmalte, isso faz com que ela seque mais rápido e fique com acabamento melhor.
Por dentro apliquei tinta cromo spray (Chemicolor), que nada mais é que a boa e velha tinta alumínio. Isso visa melhorar o direcionamento da luz.



Parafusos, porcas e arruelas foram pintados com tinta spray prata. Para fazer isso melhor eu uso o seguinte macete: prendo tudo com uma linha de costura, como uma daquelas fiadas de caranguejos que se vende em beira de estrada. Depois é só pendurar e mandar tinta:



Tudo pronto, foi só colocar as lâmpadas, a fiação e prender as duas luminárias em uma cantoneira. Esse conjunto foi montado em um tripé do tipo que músicos usam para apoiar partituras. Esse tripé eu ganhei, pedindo na cara dura, em uma casa em que entrei à trabalho.



A mesma coisa vista por trás:



A forquilha que apóia a cúpula permite ajustá-la nos dois eixos:



A articulação do tripé foi mantida, assim posso usar as cúpulas dispostas na horizontal ou na vertical, dependendo de onde se precise direcionar a luz.
Uma chave liga/desliga foi instalada temporariamente na cantoneira e aciona as duas lâmpadas ao mesmo tempo. As pontas dos fios estão ligadas à garras jacaré porque o rabicho definitivo ainda não foi comprado. Pra essa gambiarra eu quero usar fio PP, mas ao contrário do que eu pensei, não tenho mais dele em casa, então na segunda-feira comprarei alguns metros e finalizarei o trabalho.

 .

Por fim, uma visão geral do serviço deste domingo:



Mesa Agitadora para Soluções

Quando eu era adolescente fiz um cursinho de eletrônica e colecionei avidamente revistas Saber Eletrônica, Be-a-Bá da Eletrônica e Divirta-se com a Eletrônica. E é claro que fazia minhas próprias placas de circuito impresso, mas o percloreto de ferro demorava demais pra agir, então fiz um agitador rudimentar para que ele tivesse mais contato com o cobre.
Recentemente peguei umas peças de ferro para limpar com ácido e tive o mesmo problema, então decidi fazer outro agitador, desta vez um pouquinho mais caprichado.
Tendo a idéia na cabeça, tudo começa com aminha volta do mercado para casa. Passando em frente à casa do vizinho vejo pedaços de um rack daqueles bem vagabundos, pequei as duas peças que fazem as colunas laterais. Eles são de MDF e estavam bem sujas e maltratadas:



Depois de cortadas e lixadas pelo tratorzinho da foto acima, ficaram assim:



As chapas de MDF foram cobertas com emborrachamento preto da Dupont.
 A idéia é fazer uma base que suporta uma prancha de madeira que fará o movimento de gangorra, sobre essa prancha vai um recipiente com o material a ser limpo e o ácido, que agitado, terá efeito mais rápido. Isso serve também para solventes e desengraxantes.
Para ligar uma prancha à outra fiz dois suportes com pedaços de barra chata que tinham aqui na caixinha de sobras. O motor é o que gira pratos de microondas, facílimo de achar em sucatas. O suporte do motor foi cortado na tampa da um drive de CDs detonado. O eixo para a articulação (biela), fiz com um arame grosso e duro pra diabo, que foi moldado na frente do maçarico de GLP. Na foto ela ainda estava inacabada, vacilo meu
Tudo foi pintado com tinta spray prata.



Aqui podemos ver a articulação da prancha superior:



Só pra ficar diferente resolvi de última hora colocar o motor na prancha de cima, e não na de baixo. Todas as fixações foram feitas como parafusos auto-atarraxantes.



Aqui a articulação que liga o motor á base e gera o movimento ondulatório:



Visto de outro ângulo:



Finalmente pronta:




Eu pensei em fazer um painel com uma chave liga/desliga e lâmpada piloto, mas como é uma coisa que vai ficar guardada na prateleira pra ser muito pouco usada, achei que apenas um rabicho com tomada indo diretamente ao motor seria o suficiente.
Testei e funcionou sem qualquer problema, o motor é de 6RPM, o que quer dizer que ela pende pra cada lado seis vezes por minuto, por esse motivo achei desnecessário fazer um vídeo demonstrativo.

Por questão de segurança deixei junto à mesa um tabuleiro de bolo em alumínio, bem velho que a patroa não quer mais usar. Ele ficará sobre a mesa e será uma primeira barreira caso haja vazamento do líquido que estiver sendo usado para limpeza:




Custos:
Barra chata__________R$2,00/kg
Tomada_____________R$1,50
Madeira_____________Grátis
Emborrachamento_____Já tinha
Parafusos____________Já tinha
Tabuleiro____________Ganhei da minha mãe