domingo, 30 de junho de 2013

Cama de Gato Aquecida e Automática


O inverno chegou. Oba! Eu e a patroa gostamos muito, nossos gatinhos nem tanto. Como todos sabem, gatos são mais quentes que humanos, e como temperatura é uma coisa relativa, eles sentem frio antes de nós. “Ah, por isso gatos gostam de dormir ao sol?” Isso mesmo, Gafanhoto. Pensando no conforto dos felinos, improvisei uma caixinha para eles dormirem sobre um isolante térmico e sob uma lâmpada, tipo pinteiro. Mas o que funcionava bem para dois, não funcionou tão bem quando chegou aqui em casa a Gioconda; para acomodar três ficou difícil.

A solução? Fazer uma cama maior. Onde tem gambiarra nisso? Ela seria feita de partes de caixotes e teria um sistema de aquecimento inferior totalmente automático. Vamos lá:
Primeiro a matéria prima. Caixotes de frutas são encontrados em qualquer lugar, mas principalmente na porta ou nos fundos de quitandas, sacolões, mercados, pizzarias, etc. Esses eu achei  próximos a um restaurante.
Desmontar não tem segredo, basta usar um martelo e bater de dentro para fora. As chapas foram cortadas nas medidas certas e lixadas com lixa 100 para alisar e 220 para dar acabamento, usei uma lixadeira elétrica, plano orbital, mas tudo pode ser feito à mão, só cansa um pouquinho mais.
Essa é a estrutura, as colunas nos quatro cantos servem para dar firmeza, assim como as longarinas na parte de baixo. As que estão acima dele serão o apoio do estrado onde os gatinhos dormirão.

Aqui já com o estrado. Ele também foi feito de partes de caixotes.


A parte de fora da caixa foi pintada com (acredite) guache. Isso mesmo, embora o rótulo diga que é para ser aplicada com pincel sobre papel, ela se comportou muito bem sendo aplicada sobre madeira com pistola de pintura. Pro trabalho usei a pistola de pintura elétrica Air Plus Spray da Schulz. Mas como é uma tinta mais frágil, após a segunda demão, apliquei uma camada de verniz Acrilex.  A cor é marrom, também da Acrilex, e foi gasto um pote de 250ml e dei duas demãos, fora o verniz no final.

 O estrado foi pintado com guache marrom por cima e verniz acrílico preto fosco da Colorgin por baixo, pra aproveitar melhor a temperatura das lâmpadas. Que lâmpadas? Já vamos chegar lá.

As peças foram deixadas secando penduradas, pra isso usei pitões rosqueados em partes que não aparecerão.
Mas eu tinha dito que havia um tal de “sistema de aquecimento inferior totalmente automático”, não é mesmo? Pois bem, vamos a ele, que é simplesmente isso aqui:
Mais de perto:

Isso mesmo, duas lâmpadas incandescentes de 25W cada, aquecendo o estrado e indiretamente os gatinhos enquanto dormes.  As lâmpadas foram inseridas em soquetes E27 comuns, suportados por braçadeiras que eu mesmo fiz usando a alça de um balde que quebrou. Tudo cortado e dobrado no alicate.
Quanto à parte automática é ainda mais simples, o estrado onde os gatinhos dormirão fica apoiado sobre uma chave elétrica que comanda as lâmpadas, quando há peso sobre o estrado (gato on), a chave é acionada, ligando as lâmpadas e iniciando o aquecimento; quando não há peso, (gato off) a chave corta a alimentação economizando energia. Aqui temos a chave colocada antes da pintura, apenas para marcar a furação.
O estrado ficou com 290gr, sendo que o tipo de chave que usei (tirada de um micro-ondas), é acionada entre 115gr e 170gr, dependendo da marca, por isso tive que colocar essa mola auxiliar, que também me dá a chance de fazer um ajuste do peso que será necessário para acionar as lâmpadas. O ajuste ficou em 400gr, sendo que a menor gata tem 1,8kg, portanto é só pisar que liga.
Aqui detalhes da chave já instalada e das ligações elétricas, usando terminais de conexão isolados com espaguete termo retrátil.

Uma coisa que eu vou explicar aqui, mas foi adicionada depois de tudo pronto, é uma seleção de temperatura. Bem que eu queria usar um termostato, mas acabei optando por algo mais simples, uma chave 2X3 e um diodo.
Essa chave é do tipo 110/220, mas com um diferencial, é de três posições, ou seja, ela para no meio, deixando o circuito cortado. Assim tenho a opção de ligar as duas lâmpadas diretamente no 110V, em 55V (ao passar pelo diodo) ou desligar tudo, para a cama ser usada em dias quentes.

Instalada ela ficou assim; a coloquei por baixo do estrado porque não é algo que deva ser manuseado sempre, então não há necessidade de estar acessível. O suporte eu aproveitei de outra chave, não fui eu quem fez.
Após a estrutura pronta, foi a vez de a patroa dar seu toque, personalizando a caminha:

Tudo aprovado pelo controle de qualidade.
E para tornar o estrado mais confortável e dispersar melhor o calor, temos essa almofada feita em casa, para as medidas exatas da cama.
Agora a cobertura, porque a ideia era aquecer por baixo e preservar um pouco do calor que escaparia pelas aberturas à frente e à retaguarda do estrado, esse calor ficaria preso em um tipo de teto em cúpula, rendendo um ambiente mais aconchegante. Pra isso cruzei em X varetas de fibra sobre a cama, prendendo as pontas em furos de 5/64” feitos na madeira; esses varetas são usadas para fazer gaiolas, têm 1,8mm de espessura por 2 metros de cumprimento, podem ser achadas em casas de agropecuária e custam R$0,40 cada.


A cobertura foi feita de algodão cru, duas dobras em cima fizeram um caminho para as varetas de fibra, isso impede que a cobertura saia da posição, mesmo com os gatinhos puxando, os acabamentos são bainhas simples. Uma segurança a mais foi a colocação de fechos de pressão, para deixar a cobertura mais firmemente presa.

O fecho é composto de duas partes, uma delas foi presa ao tecido normalmente, prensada numa matriz; já a outra foi aparafusada à madeira, com um parafuso de 7/64” por 20mm.

Tudo feito, testado e aprovado, os gatinhos agora quase não saem mais de lá. Todas as noites frias que temos tido são passadas com conforto, segurança e um calorzinho gostoso.


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domingo, 5 de maio de 2013

Aquecedor para Soluções



Quem lembra das aulas de Física da Tia Tetéia sabe que certas reações químicas são aceleradas pela elevação da temperatura. Também é sabido que a mesma condição faz com que substâncias oleosas percam viscosidade. Outro dia estava eu mexendo no carro e tive que limpar umas peças sujas com aquela borra que é mistura de graxa com poeira, terre a sabe Deus o que mais; era um dia frio e o serviço ficou mais demorado, então vi que era hora da gambiarra, dessa vez para aquecer a solução de limpeza.
Quando falamos em aquecimento a primeira coisa que vem à cabeça é uma resistência, certo? Herança de uma vida inteira vendo a água do chuveiro ser aquecida dessa forma. Aquecimento elétrico é mais prático e seguro que o uso de chamas, então peguei o pote de resistores de alta potência e achei um no valor correto, 390Ω por 10W. Se você pegou a calculadora e correu pra Lei de Ohm, calma, eu explico. Realmente um resistor de 390Ω ligado diretamente em 110V vai dissipar muito mais que 10W. E por que ele não vai queimar? Porque o fabricante determina sua dissipação considerando que ele esteja em contato apenas com o ar ambiente, no nosso caso ele estará imerso em um meio que dissipará muito mais que o normal, e essa é a ideia; além do mais ele terá um recurso extra, falaremos dele mais tarde.
Pois bem, aqui estão todos os componentes que usaremos:




A montagem não tem segredo, e o pulo do gato está na tomada, ele deve ser de um tipo grande, para abrigar uma chave que dará duas opções de temperatura. Isso é conseguido com o uso de um diodo, recuso já bem manjado, Ao se colocar um diodo em séria com o resistor ligado em CA, meia onda é cortada, reduzindo a tensão de entrada pela metade, e com isso diminuindo a potência dissipada pelo resistor. Eu usei um diodo 1N4004, de uso geral e fácil de ser encontrado à venda, mas poderia ser qualquer um até o 1N4007, tanto para 110V quanto para 220V. Aqui tem um diagrama, tudo muito simples.



A tomada, já com a chave, o diodo e a ligação dos fios feita, ficou assim:



Entendeu por que tem que ser uma chave grande? Depois de fechada, ficou assim:



A outra parte é ainda mais simples, na ponta do fio você solda o resistor, dobra bem as pontas e coloca dentro de um tubo de ensaio de vidro (Nunca use um de plástico), que vende em lojas de material cirúrgico ou dentário. O tubo é preenchido com areia bem apertada, isso vai fazer com que o calor se dissipe melhor, aumentando a eficiência do aquecedor e protegendo o resistor. A tampa foi selada com cola de silicone para evitar a entrada de umidade.



Finalmente fiz uma marcação bem porca na tomada para assinalar as escolhas entre temperatura máxima e mínima, depois faço uma decente, com vinil adesivo.



Então a coisa funciona assim, você coloca uma solução de limpeza nos recipiente juntamente com a peça a ser limpa, imerge o aquecedor até um pouco antes da tampa, não convém colocar tudo submerso porque há a possibilidade de entrar um pouco de líquido no tubo, dependendo de como você fez a vedação da tampa. E nunca, mas nunca deixe uma parte do tubo para fora da água, nem ligue o aquecedor ao ar livre, porque ele não vai dissipar toda a temperatura gerada pelo resistor e quebrará o vidro, podendo causar um acidente. Com essa medida de resistor, a água de um a lata de Pomarola aqueceu bem rápido, e mais até do que eu queria, por isso passei logo para a potência baixa, o que manteve a água bem aquecida.



Na foto a lata está com água, detergente e uns parafusos, note que eu a apoiei sobre uma outra lata emborcada, com isso reduzi o contato entre o fundo da lata e a bancada, reduzindo assim a perda de temperatura. Outra coisa que eu sempre faço, mas não fiz agora pra não atrapalhar a foto, é colocar tudo isso dentro de um recipiente maior, para prevenir um possível vazamento. Segurança nunca é de mais.

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